sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Os Desafios de Ser Mãe e Trabalhar Fora

Ser mulher no século XXI é um grande desafio. Moldadas para o sucesso profissional, as mulheres de hoje, que estão entre os 25 – 40 anos, vivem um grande “batalha”  quando a questão é maternidade. 
Voltadas a inúmeras cobranças pessoais e até mesmo por parte da sociedade, as mulheres hoje buscam cada vez mais o aperfeiçoamento profissional, ocupam grandes e importantes cargos, são vistas onde há alguns anos atrás eram posições ocupadas somente ou preferencialmente por homens: supervisão, gerencia e cargos executivos de grandes multinacionais são ocupados por mulheres eficientes e eficazes. 
E, nesse turbilhão de afazeres, metas a cumprir, prazos de entrega e carreiras promissoras, onde encontrar espaço para ter um filho.
Um filho requer tempo, dedicação, preparo físico e emocional. A gestação precisa ser segura e se possível tranquila, precisamos acreditar que o ser gerado recebe tudo o que se passa com essa mulher desde o útero.
  Por que estou falando disso? Porque, grande parte das mulheres hoje prorrogam a gestação para concluir essa ou aquela meta, porque estão prestes a receber uma promoção, porque sonham com este ou aquele cargo. Mas, será que isso a deixará completa como um ser que tem questões não apenas profissionais, mas também pessoais?
Ao engravidar, grande parte dessas mulheres evita contar para seus chefes e equipe, como se algo de errado houvesse nessa situação. E por que isso? Talvez pela cobrança do momento certo para a gravidez? E qual seria esse momento? Num local onde grandes e desafiadoras metas necessitam diariamente serem alcançadas, esse dia ideal talvez não existisse nunca.
A mulher precisa estar preparada para vivenciar a maternidade, precisa saber que tudo será diferente, mas, que isso não irá mudar sua capacidade profissional. O grande problema é que a maternidade transforma a mulher e não existe um preparo prévio para que ela saiba encarar de forma equilibrada esse turbilhão de emoções e mudanças que estão por vir.

Antes do nascimento do filho, normalmente, criamos várias teorias que parecem práticas e seguras, muitas delas, com base na experiência de familiares e amigos próximos.  A grande maioria envolvendo o que iremos fazer com nosso filho após a licença maternidade – se vamos deixar com uma babá de confiança, com os avós, em um berçário… Enfim, o grande problema é que toda essa teoria se perde ao nascer a criança e ao nos depararmos com um amor INCONDICIONA (é claro que não falo de 100% das mulheres, existem sim exceções).
O problema agora é que essa mulher, uma profissional altamente competente, que trabalha com metas e vibra a cada conquista profissional, que conversa abertamente com seu parceiro sobre a profissão e recebe apoio até porque em conjunto estão programando a próxima viagem do casal, se vê dentro de casa por meses, 4 ou 6, dependendo da empresa, passando a ter um convívio intenso e dedicando seu tempo praticamente exclusivo ao filho. Reforço, aquela mulher que se arrumava todos os dias, tinha uma sociabilidade fantástica e compartilhava de decisões e alcance de metas, está em casa há 4 ou 6 meses focada em cuidar de seu filho.
E eu pergunto: Como está o preparo dessa mulher para sua reinserção no mercado de trabalho? Como ela é acolhida ao retornar? O cargo dela evidentemente já foi ocupado por alguém nesse período, mas, ela voltará a ocupa-lo?  É possível pensar num reposicionamento? Existem tratativas diferenciadas para que ela se mantenha segura e torne seu trabalho eficaz? Para aquelas que mantém aleitamento materno exclusivo, como lidar com o retorno ao trabalho? E terão que fazer desmame precoce?
Enfim, milhares são os questionamentos e isso gera desconforto, ansiedade, sensação de ameaça e o resultado disso na metade dos casos é o desligamento do ambiente de trabalho, conforme evidenciam diversas pesquisas.
Acredito que precisamos trabalhar essas mulheres muito antes do nascimento do filho, trabalhar em conjunto com a empresa e assegurar equilíbrio para essa gestação, parto, pós-parto e retorno ao trabalho.

A mulher pode e deve manter sua vida profissional após a maternidade, mas, deve entender que as coisas jamais serão como antes. É necessário saber dividir, gerenciar o tempo, ou melhor, otimizar o tempo. Não podemos vestir a todo o momento a capa de mulher-maravilha que faz tudo. É necessário gerenciar, confiar e saber delegar; sim é importante pedir ajuda e aceitar essa ajuda seja da babá, do berçário, da família ou do parceiro.
Mas, o mais importante é lembrar que os filhos crescem e que futuramente você não poderá culpá-los de ter “largado” sua promissora carreira e é preciso compreender que ele irá ocupar espaço em sua vida, mas, não sua vida como um todo.
Precisamos trabalhar melhor a maternidade dentro do ambiente empresarial. É possível ser uma ótima mãe e uma funcionária eficaz![
Por Raquel Vasques Escobar - http://www.macetesdemae.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário