terça-feira, 26 de agosto de 2014

Relacionamento é Coisa Séria

Relacionar-se é para gente grande, mas não exatamente no que diz respeito à estatura ou idade, mas à maturidade. O fato é que o tempo todo estamos nos relacionando com pessoas em diferentes situações.
Quando criança aprendemos que a família é nosso grande laboratório para a vida adulta, mas nem tudo o que aprendemos conseguimos realizar no futuro. As situações mudam e a forma de nos relacionarmos também. Portanto, devemos estar em constante processo de aprendizado em como lidar com as outras pessoas.
O ambiente profissional é outro laboratório onde encontramos novos desafios de relacionamento. Muitas vezes temos de lidar com pessoas hostis, grosseiras, indiferentes e até sacanas, mas não podemos mudar os outros, somente nós mesmos. Em diversos casos isso gera frustração, desmotivação, baixo rendimento e falta de concentração. Já passou por isso? Ainda no ambiente corporativo também podemos ter a felicidade de encontrar verdadeiros parceiros, e isso certamente nos traz uma esperança de que nem tudo está perdido.
Um fator fundamental para que possamos lidar de forma mais adequada com toda esta turbulenta situação, que é o relacionamento interpessoal em qualquer situação e ambiente, é como lidamos com nossas expectativas. Já pensou nisso? Quais suas expectativas em cada relacionamento que mantém na vida profissional e pessoal?
Quando geramos expectativas elevadas ou irreais temos maior probabilidade de encontrar frustração, decepção e desânimo. Mas também não criar nenhuma expectativa, ou baixa demais, é motivo de acomodação, o que também é extremamente perigoso. Sendo assim, chegamos a uma encruzilhada: expectativas elevadas ou muito baixas podem trazer conseqüências desagradáveis. O que fazer? Certamente não há milagre ou mágica para situações como estas. Porém, tudo deve começar com uma boa análise de si mesmo, da sua maneira de agir e criar expectativas.
Para melhores relacionamentos (seja com clientes, colegas de trabalho, chefia ou até mesmo em casa) é necessário, em primeira instância, olhar para si mesmo e identificar suas expectativas nestas relações. Quanto você espera do outro? Suas expectativas são reais, factíveis? Por outro lado é importante também analisar quanto o outro será capaz de corresponder. Pelo o que você conhece do outro lado é possível identificar se ele será capaz de atender suas expectativas? Ele já demonstrou isso em algumas situações? Diante disso avalie se suas expectativas estão mais ou menos elevadas em relação à capacidade do outro atendê-las.
No livro Conversas Difíceis, os autores Douglas Stone, Bruce Patton e Sheila Heen afirmam que:  “não importa aonde queira chegar, a compreensão – se imaginar na história do outro – deve ser seu primeiro passo. Antes de imaginar como ir adiante, precisa compreender onde está.”
Caso identifique um descompasso entre suas expectativas e a capacidade do outro atende-las o próximo passo é o diálogo (claro que antes disso você dever avaliar também se vale a pena seguir adiante, mas vou tratar disso a seguir). O diálogo, portanto, é a base para alinhar expectativas e criar um clima favorável para o alcance de metas. Dialogar não é simplesmente falar, mas principalmente ouvir. É dar e receber feedback. É apresentar suas expectativas e, juntamente com a outra parte, analisar se há possibilidade de alinhamento.
É aí que retomo a questão da maturidade. As pessoas mais maduras sabem que em muitos momentos da vida teremos expectativas e necessidade diferentes, mas antes de desistir buscam, através do diálogo, uma solução. As pessoas com maior maturidade compreendem que nem todos estão no mesmo ritmo e respeitam estas diferenças. Quando vale a pena esforçam-se para trazer o outro junto, mas quando não vale a pena abrem mão daquela relação e seguem em frente. Caminham rumo a novas experiências. Nem sempre é fácil, mas em muitos casos necessário.
Como você se vê até aqui? Apenas tenha cuidado para não agir como Sísifo, que segundo a mitologia grega, foi condenado à tarefa interminável de empurrar uma rocha montanha acima. Imediatamente antes de chegar ao topo, ele a deixava cair e a rocha rolava para baixo novamente. Sísifo a empurrava de novo para cima e, quando estava prestes a alcançar o topo, ela caía novamente. Certamente aquilo era inútil, apenas uma situação sem futuro. Por vezes agimos desta forma, investindo tempo e energia em algo sem a menor possibilidade de realização. Identificou-se em alguma situação?
A vida é assim: um contínuo aprendizado. Aqueles que sempre estão dispostos a aprender amadurecem. Aqueles que mantêm idéias e posturas fixas ficam para trás e, consequentemente, sozinhos. Portanto, reavalie suas idéias, suas expectativas e procure manter-se sempre aberto para o diálogo e as novas experiências, mas com as expectativas bem dosadas para seguir sempre em frente.
Fonte: Rogerio Martins  - http://www.qualidadebrasil.com.br/

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