segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sou Consultor, E agora?

Uma das primeiras alternativas consideradas pelo profissional, demissionário ou demitido, é a possibilidade de atuar na profissão de Consultor. De uma forma ou de outra, todos se julgam consultores e acreditam que sempre há espaço no mercado para mais um consultor com aquela velha filosofia de que o sol nasceu para todos.

Esse negócio de ser o “dono do próprio nariz” deve ser avaliado com muito cuidado quando se trata de consultoria. 

Lançar-se como autônomo não significa ter clientes a qualquer tempo, ao contrário, é o início de uma longa jornada de projetos nem sempre bem-sucedidos até que se conquiste a confiança do mercado.

Qualquer Consultor deve ter em mente o fato de que se torna impossível dominar todas as áreas da consultoria, portanto, jamais encare um projeto acreditando ser capaz de conduzir e operacionalizar áreas tão complexas e distintas sem a ajuda de parceiros. O fracasso será inevitável.

Consultores experientes se utilizam de parceiros ou aliados estratégicos quando se trata de um trabalho mais específico que envolve outras competências não dominadas por ele.

Conhecimento de tributos, pesquisa de mercado, plano de cargos e salários, análise de custos e decisões estratégicas são atribuições que requerem uma análise criteriosa para evitar riscos desnecessários e posicionamento incorreto no mercado.

Em princípio, todo Consultor domina uma determinada área e é nela que ele deve focar o seu portfólio de serviços. Isso não impede que o Consultor construa uma visão generalista dos negócios, afinal, quando se fecha um contrato, a primeira coisa que o cliente leva em consideração é a possibilidade de o profissional contratado tomar conta do negócio e resolver o problema por inteiro.

De maneira geral, a profissão de Consultor é denegrida em razão dos péssimos resultados apresentados por inúmeros profissionais em determinados segmentos. Isso se deve ao fato de alguns Consultores atuarem como “Professores de Deus” imaginando ser capazes de fazer de tudo um pouco sem compreender, pelo menos, a linguagem do cliente.

Aliado a isso, existe a questão da pressão financeira que os empurra a “qualquer preço” para determinados projetos onde nem mesmo Deus é capaz de resolver o problema do cliente. É fato que em muitos casos o cliente apela para uma consultoria quando o caos é iminente e resta muito pouco a fazer.

Lembre-se de que uma vida inteira de problemas não pode ser resolvida em cinco ou seis meses de trabalho do consultor sem determinação e boa vontade de quem o contrata. Nesse caso, não existe milagre, portanto, tome cuidado ao propor o escopo de trabalho.

Ao se lançar na profissão, imagine que o título de Consultor requer muito mais do que experiência profissional: história de vida, paciência ao extremo, jogo de cintura e ao mesmo tempo firmeza na condução, desprendimento absoluto das vaidades e verdades absolutas que tendem a habitar a mente do profissional.

Sou consultor, e agora? Agora, meu amigo consultor, pense nos seguintes pontos e não olhe para trás:

  1. 1. Comece cada projeto como se fosse o último da sua vida e você tivesse que dar o melhor de si para deixar a sua marca, entretanto, pense que o próximo projeto será sempre o melhor.

  1. 2. Consultor não toma partido nem defende pontos de vista de um ou outro sócio, mas se posiciona de maneira profissional em relação à melhor solução para o cliente. Se tiver que defender um ponto de vista contrário aos seus valores, pule fora.

  1. 3. Há uma diferença razoável entre Consultoria e Assessoria. Consultor executa, faz o trabalho. Assessor orienta, diz como fazer. Pense nisso ao elaborar a proposta e ao prever o tempo para execução do trabalho.

  1. 4. Resista à tentação de voltar a ser empregado. Quando você não se decide por inteiro, a mente vai conspirando o tempo todo e o foco no seu novo negócio se perde. Assuma em definitivo o compromisso de ser o melhor naquilo que faz.

  1. 5. Pense na sua proposta de valor. Não há empresa de consultoria que resista sem metodologia, portanto, estruture a sua proposta e o cronograma de trabalho sabendo exatamente o que vai fazer: início, meio e fim. O que você vai entregar de fato?

  1. 6. É mais fácil transferir a responsabilidade do insucesso para o consultor do que assumi-la internamente, portanto, quando isso acontecer, mantenha a lucidez necessária para encarar o próximo projeto. Relaxe! Nem tudo depende do consultor.

  1. 7. Não há nada pior do que ser medíocre, principalmente no papel de consultor, do qual se espera muito e não se admite erros, portanto, seja simples, conciso e direto. Não alimente falsas expectativas, pois a cobrança será dura.

Ser Consultor é ser paciente e ter a humildade necessária para, antes de tudo, aprender com o cliente e, depois de tudo, agradecer ao cliente pelo fato de ele ter contribuído para o sucesso da consultoria.

Pense nisso e empreenda mais e melhor! Seja um consultor por excelência!

Fonte: Jerônimo Mendes http://www.qualidadebrasil.com.br/

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