quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Inflação


A definição econômica da inflação é a alta continuada e substancial do nível geral dos preços, concomitante com a queda do poder aquisitivo do dinheiro. 

A causa principal da inflação é devida ao crescimento da circulação monetária em desproporção com o volume de bens disponíveis. 

É um tumor, um câncer ou tumor maligno que deve ser removido para evitar o crescimento do mal.
Deve ser tratado com cuidados especiais que evitem a recidiva.

Entre os anos de 1960 a 1970 tivemos o início do desequilíbrio econômico no Brasil. Naquele período, os índices de inflação chegavam a aproximadamente 40% ao ano. A seguir, a década de 1980 foi marcada pela conjunção de dois fatores:
  • a) forte retração na taxa de expansão econômica.
  • b) significativo aumento da inflação. A média anual, por exemplo, subiu para 330% e, entre 1990 e 1994, para 764%. Foram pelo menos 15 anos de hiperinflação.    
Na época os supermercados e o comércio em geral remarcavam diariamente os preços dos produtos, que sumiam rapidamente das prateleiras e das vitrines, já que a população estocava alimentos por temer as sucessivas altas. Esse quadro caótico se estendeu até a primeira metade dos anos 1990, forçando os governos daquele período a adotarem sete planos de estabilização econômica em menos de dez anos com resultados pífios.

Foi apenas a partir de 1994, com a criação do Plano Real, que o País deu os primeiros passos rumo à estabilidade econômica. Era o fim da correção monetária, do congelamento de preços e da inflação acima de dois dígitos. Foi no governo Itamar Franco que o Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, constituiu equipe de alto nível convidando economistas e advogados para implantação do plano. Registre-se que o Partido dos Trabalhadores (PT) jamais aceitou o Plano Real.

A partir de 1999, o Brasil adota metas para a inflação. Por esse regime, o Banco Central atua para garantir que a inflação esteja dentro de um patamar máximo pré-estabelecido.

O instrumento mais importante utilizado pelo BC para atingir esse objetivo é definir a taxa básica de juros da economia, a Selic que significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Trata-se de um sistema computadorizado, cujo responsável é o Banco Central, ao qual, apenas instituições autorizadas têm acesso.

É calculada diariamente pela média das operações financeiras feitas por instituições de mercado e revisada mensalmente pelo Banco Central.   

As metas têm como marco de referência a taxa oficial de inflação – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo IBGE. Assim, o governo estabelece alvos anuais para a inflação e as divulga, cabendo ao Banco Central executar as políticas necessárias para cumprimento das metas fixadas.

O ano de 2013 começa com sinais preocupantes de inflação crescente. Parece que os governantes esqueceram os danos causados ao Brasil na época de hiperinflação acima descrita. Portanto, bastaria lembrar o passado recente para adotarmos providências imediatas, ou sejam:
  1. Não aumentar o volume de dinheiro em circulação.
  2. Buscar o desenvolvimento de meios de produção interna.
  3. Evitar que as importações prejudiquem a política de crescimento industrial interno sem, contudo, criar restrições indesejáveis.
  4. Não estimular o consumo desenfreado.
Ao leitor caberá examinar a situação atual da economia e constatará que:
  1. A retenção de reajustes de preços de combustíveis e outros produtos ou serviços só prejudica a competitividade interna e mascara a inflação.
  2. O estimulo ao consumo via redução do IPI é medida desvantajosa a médio e longo prazo.
  3. A falta de investimentos em educação deixa a população a mercê de especuladores.
Nossa conclusão é uma só: caminhamos para nova onda inflacionária que poderia ser combatida com políticas econômicas não populistas voltadas a evitar os problemas já vividos pelo Brasil.


Fonte: João Baptista Sundfeld -http://www.qualidadebrasil.com.br 

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