segunda-feira, 5 de setembro de 2011

BURN OUT - a síndrome da estafa profissional

Dizem que o ano só começa agora, depois do carnaval e,como a maioria de nos já esta trabalhando, inicio o ano já falando desta Síndrome que esta relacionada a trabalho. Síndrome do burn out.
A Síndrome de BURT OUT poderia ser comparar com uma estafa, uma espécie e exaustão, esgotamento mental intenso, sentida pelo trabalhador.
Novidade? Não, já em 1974 Herbert Freudenberger, médico psicanalista, descreveu o fenômeno como um sentimento de fracasso e exaustão causado por um excessivo desgaste de energia e recursos.
Como meus leitores já sabem, gosto de consultar um dicionário para tentar entender melhor. No dicionário português-ingles verifica-se desta forma: o verbo “burn-out” como “falhar (...) ou tornar-se exausto por ter feito demandas excessivas de energia, força ou recursos”.
Alguns estudos já estão apontando algumas profissões que compõem um grupo de risco para o burn out, verificam-se que são profissões onde o profissional necessita manter contato direto, freqüente e emocional com sua clientela, como os trabalhadores da área da saúde, serviços sociais, educação, finanças, motoristas, áreas de segurança, controladores de vôo, etc.
Os profissionais destas áreas começam a trabalhar com grandes expectativas, entusiasmados e com uma dedicação intensa e, pelos mais diversos fatores, dentre eles falta de recursos de mão de obra, financeiros, falta de retorno satisfatório ou positivo, responsabilidade intensa e cobrança intensa, são apontadas como causas desta Síndrome.
Para não confundir você, vou colocar aqui a diferença desta Síndrome com estresse, pelo fato de serem diferentes, porem parecidas:
O estressese adquire em toda nossa vida cotidiana que pode ser refletido no trabalho. Sintomas de estresse: falta de energia física, sensação de cansaço, depressão por falta de energia, se responsabiliza por tudo de errado, hipersensibilidade.
Burn outé um estresse do trabalho que reflete na vida cotidiana. Sintomas no Burn out: desmotivação, esperanças e ideais perdidos, depressão por desilusão, descompromisso, falta de emoções.
O diagnostico segue um processo seqüencial onde três situações devem existir para um diagnostico preciso e coerente com a síndrome. Segue:
Exaustão Emocional- é considerado o traço inicial, podendo a manifestação ser física, psíquica ou uma combinação das duas, caracterizada pela falta ou carência de energia e entusiasmo e sentimento de esgotamento de recursos. A estes sentimentos soma-se o de frustração e tensão, pois os trabalhadores passam a perceber que já não possuem condições de despender mais energia para o atendimento de seu cliente ou demais pessoas como faziam anteriormente.
A Despersonalização ocorre quando o profissional passa a tratar os clientes, colegas e a organização de forma distante e impessoal. Os trabalhadores passam a desenvolver insensibilidade emocional frente às pessoas que estão para acolher, dissimulando uma afetividade já não mais existente.
A Baixa Realização no Trabalho é caracterizada pela tendência do trabalhador em se auto-avaliar de forma negativa. Ele torna-se insatisfeito com seu desenvolvimento profissional e experimenta um declínio no sentimento de competência e êxito, tendendo a um desanimo junto a um sentimento de “este trabalho não vale a pena”.
Sintomas físicos – abuso de álcool e drogas, dores de cabeça, problemas com sono, dores musculares, distúrbios gástricos, mudança de libido, pressão arterial elevada.
Os sintomas emocionais e psíquicos - fadiga, depressão, irritabilidade, aborrecimento, Perda de motivação, sobrecarga de trabalho, rigidez e Inflexibilidade. Estas pessoas possivelmente começarão a cometer um excesso de faltas e uma baixa auto-estima em relação ao trabalho executado
Como varias outras síndromes psíquicas, a principio, podem ser confundida com outras síndromes, aqui no caso pode ser confundida com síndrome da fadiga crônica, por exemplo, porem insisto, que um bom diagnostico e a perseverança do paciente ajudam no diagnostico correto. Acontece que muitas vezes a pessoa se auto diagnostica e medica, tornando as situações mais complicadas adiante. É muito importante nestes casos uma boa escuta do profissional e a colaboração e vontade do paciente.
Uma forma de estar se prevenindo começa pela percepção do local onde trabalha, olhe melhor as expectativas. Por exemplo, enfermeiras que trabalham em área de oncologia devem estar mais preparadas para lutos e perdas, policiais devem saber que sua missão do dia não é de apenas uma ocorrência, mas diversas e suportar melhor as intercorrencias diárias e possivelmente repetitivas e, por aí vai..
Saiba bem no que você trabalha!
Já o papel da empresa é, uma vez que síndrome é causada exclusivamente por conta do tipo de trabalho, o setor de recursos humanos, através de suas interferências, juntamente com a chefia imediata, solicitar avaliações psíquicas e fisiológicas assim que perceberem a queda de produtividade do trabalhador.
O tratamento? Percebido e diagnosticado deve-se imediatamente recorrer a tratamentos que vão desde psicoterapias, a intervenções medicamentosas psiquiátricas e demais demandas necessárias.
Em qualquer tratamento, siga sempre a orientação de seu medico. Não saia da condição de paciente para medico. Deixe que uma equipe multidisciplinar ir dando as orientações, só eles saberão exatamente quando você estará apto ao retorno de suas atividades caso necessite de um afastamento. Recaídas se dão muitas vezes por conta do abandono do tratamento. Na questão psíquica, seu psicólogo possivelmente o ajudara a entender onde você se frustrou, onde vê expectativas em demasia e te ajudara a se conscientizar melhor de seu trabalho.
Entenda que todas as doenças quando não tratadas o perigo é que se torne crônica, no caso desta Síndrome, você poderá ser impedido de trabalhar ou manter adequadamente suas funções, fora o sofrimento que lhe é causado.
A propósito, no Brasil são bem poucas as pesquisas, ainda. Segundo a ISMA (international stress management association do Brasil) numa pesquisa realizada em 2009, estima-se que 30% da população economicamente ativa no Brasil já possuem a síndrome. Tá na hora de reavaliar valores...

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