terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inovação, Resiliência e Gestão Emocional

 Uma das coisas que todo mundo sabe é que o mundo das inovações e do empreender é repleto de altos e baixos, assim como períodos de euforia e até mesmo desespero. Quanto maior a ambição ou o grau de ruptura da inovação maior são as incertezas e as armadilhas. No caso de novos negócios os riscos são sistêmicos e nem sempre facilmente mapeados.
Vários livros sobre as estórias de grandes inovadores e empreendedores mostram como mudanças não convencionais seja nos paradigmas tecnológicos, seja em novos modelos de negócio não acontecem de forma rápida ou sem percalços no meio do caminho. Histórias fantasiosas podem dar a impressão que tudo aconteceu de forma linear segundo um processo decisório altamente analítico, algo como em uma matriz 2x2 ou mesmo 3x3 que algum professor ou consultor utiliza para contar os processos decisórios envolvidos na criação e inovação. Ledo engano!
Uma das coisas que venho observando tanto pessoalmente, como na fascinante literatura associada à estória das invenções, descobertas, inovadores e empreendedores é que os inovadores e empreendedores compartilham de uma resiliência muito acima da média. Bons executivos, bons gerentes e mesmo bons profissionais podem até ter muito destaque e serem mesmo muito mais efetivos quando tudo e todos remam a favor, quando o negócio principal é “milk the cow”, manter ou acelerar o crescimento orgânico ou fazer inovações incrementais.
Há momentos, no entanto, em que a vaca leiteira dos negócios já não vai sustentar toda a família. São aqueles momentos em que as ameaças ao core da empresa se avizinham por vários lados: novas tecnologias, novos concorrentes, mudanças na regulamentação, etc. É neste momento que os inovadores e empreendedores são ainda mais necessários. Mas a pergunta que é difícil de ser respondida é: será que os executivos que conduziram os negócios em tempos de vacas gordas são os mesmos para conduzir em tempos de vacas magras?
Vacas gordas, negócios estáveis e sem competição de peso são, no entanto, muito mais a exceção do que a regra. Inovar é necessário. Toda empresa precisa, na verdade, de líderes, em vários níveis e áreas que não se abatem com pequenas ou grandes derrotas, que tem certo grau de teimosia, que mantém sempre um outlook otimista (isto não quer dizer visão cega da realidade) e que sabem que desafios sejam técnicos ou de negócios podem e vão ser vencidos a partir da mobilização de mentes e corações de uma rede vigorosa de relacionamentos internos e externos. Os inovadores e empreendedores não são necessariamente mais inteligentes que a média de seus pares. Isto nunca ninguém conseguiu mostrar ou provar. Contudo, é evidente que eles dispõem de uma resiliência diferenciada, disciplina para chegar a seus objetivos e uma gestão emocional que lhes permite superar com elegância emocional os momentos mais duros de suas trajetórias.
Fonte: Portal Terra Forum 

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